Caso Kopelipa e Dino: Julgamento Adiado Novamente por Ausência da CIF Angola

O julgamento de dois dos nomes mais poderosos da era de José Eduardo dos Santos voltou a ser adiado. A sessão, marcada para ontem no Tribunal Supremo, deveria dar continuidade ao processo contra os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, mas foi suspensa devido à ausência de um dos arguidos fundamentais: a CIF Angola.
A pergunta que não quer calar é: essa ausência é um descuido ou uma estratégia para travar o curso da justiça?
O que está em jogo?
Os generais estão no centro de um processo extremamente sensível, relacionado a associação com a CIF Angola – uma empresa envolvida em escândalos bilionários de gestão e desvio de património público.
A sessão suspensa ontem seria dedicada à resolução de questões prévias e início da audição dos réus. A expectativa era alta, mas a ausência da CIF Angola obrigou a juíza da causa a aplicar a lei: sem representação legal da empresa arguida, o processo corre risco de nulidade.
“Devem se fazer presentes o seu representante legal e o mandatário judicial. Não tendo um mandatário, o tribunal elegerá um defensor oficioso.”
– declarou a juíza da causa, antes de suspender a sessão.
A ausência repetida da CIF
A ausência da CIF não é novidade. Desde o início do julgamento, a empresa não compareceu a nenhuma sessão, mesmo após diversas notificações oficiais. O advogado Benja Satula, que representa parte dos antigos acionistas, explicou:
“O Estado assumiu 60% das participações da CIF, mas nunca formalizou esse ato juridicamente. Ninguém quer assumir oficialmente a representação da empresa em tribunal.”
A falta de clareza jurídica resultou num impasse: a CIF é arguida, mas não tem quem a represente formalmente. Isso abre espaço para atrasos e questionamentos sobre a seriedade com que o caso está a ser conduzido.
Desgaste jurídico e social
O processo já acumula vários adiamentos, e a paciência começa a esgotar-se. Advogados, cidadãos atentos e até os próprios réus demonstram sinais de frustração.
“A pressa é inimiga da perfeição, mas a justiça, além de ser, tem de parecer.”
– frisou Benja Satula.
A cada nova suspensão, cresce a sensação de que o sistema judicial está a ser manipulado ou usado para ganhar tempo, principalmente quando os réus são figuras de grande poder e influência política.
Nova data marcada: 7 de abril
O tribunal marcou a próxima audiência para segunda-feira, 7 de abril. Resta saber se, desta vez, todos os arguidos — inclusive a CIF Angola — estarão presentes.
Se o impasse continuar, o caso corre o risco de se transformar em mais um exemplo de impunidade protegida pelo labirinto da burocracia judicial.
E você, o que acha?
Esse julgamento representa um teste de credibilidade para a justiça angolana. O povo exige respostas, e a justiça precisa ser feita — de forma transparente, célere e igualitária.
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